Este texto todo é uma carta de amor à Lilith que habita em mim – ou será que sou que habito nela? Eu a vejo não como uma coisa separada de mim. Não a vejo como um aspecto meu; mais que nada, eu sou um aspecto dela. Digamos que eu sou uma expressão dela, sou uma das faces dela no mundo físico.
Não que eu creia que Lilith (ou qualquer das outras deusas) é um ser como o Deus católico, um ser personificado, individual e com consciência própria. As deusas, neste caso, são arquétipos e forças primordiais: “energias”, por assim dizer, que se expressam através dos seres humanos.
Uma metáfora para explicar melhor meu pensamento, seria comparar essa energia com a energia elétrica: nós somos os fios, tomadas e aparelhos que a conduzem e funcionam através dela.
A energia de Lilith me guia e me protege. Ela permite que eu saiba me defender, e defender meu espaço; que eu tenha força para vencer as batalhas necessária, e intuição para perceber quando estou em perigo.
Lilith é quem faz com que eu saiba meu exato valor – nem mais, nem menos. Ela também me mostra o valor real e exato das outras pessoas, vendo além das aparências e do status social.
Ela me mostrou que os lugares escuros do meu mundo interior nem sempre estão ligados ao mal, e me ensinou a caminhar por esses lugares escuros. Me ensinou a aceitar todos os aspectos e todas as partes de mim mesma, sem relegar nenhuma dessas partes ao esquecimento.
Me ensinou a olhar para os demônios que guardo em mim, e a não temê-los; mas nomeá-los, reconhecê-los, e lidar com eles diretamente.
Ela é quem permite que eu diga não, que eu vire as costas e vá embora, quando me vejo em uma situação abusiva ou que não é apropriada para mim; assim como ela fez, abandonando o Éden.
Eu poderia falar e falar, listando todas as coisas que se expressam em mim através de Lilith; ela permeia todos os aspectos do meu ser, principalmente aqueles através dos quais eu atuo no mundo exterior.
Lilith me confere força, poder, intuição e sabedoria. Ela sabe o que é certo e o que não, o que é apropriado e o que não.
Para finalizar, proponho: recupere sua Lilith. Mesmo que ela não seja sua deusa principal, os benefícios de tê-la presente em sua vida são extraordinários